Cadeia do Livro e Imprensa Periódica XII
De volta ao Porto, notámos que a edição popular tipicamente romântica teve uma proeminência notável na segunda metade do século XIX. E que essa edição se terá desenvolvido por caminhos que se cruzaram com os caminhos da imprensa periódica. Aliás, este caminho não é exclusivo do Porto ou do país, inscrevendo-se, pelo contrário, num movimento mais vasto de emergência de mercado cultural de massa, que consistiu na apropriação por parte dos representantes da cultura dominante e das empresas editoriais modernas do lugar da cultura popular da oralidade, das folhas volantes e da literatura de colportage. A cultura de massas é a pouco e pouco tomada pelas empresas capitalistas, ou seja, editores especializados em livros populares e jornais a baixo preço[1]. Esta perspectiva supõe uma aliança entre o agente editor e um elemento que à partida não figura na “cadeia do livro”, que é o periódico, de tal forma que a história de ambos se confundem.
[1] CHARLE, Christophe – Les Intellectuels en Europe au XIXe Siècle. Essai d’histoire comparée, Paris, Éditions du Seuil, 1996, p. 159
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