Romantismo e livro-produto III
O Romantismo é, talvez, a primeira corrente estética que não direccionada em exclusivo para um público-alvo restrito como os intelectuais e os académicos, ou como a corte e o poder em geral. O seu público, que não precisa de ser iniciado nos códigos eruditos da literatura, é o vasto público urbano e minimamente instruido que vai desde o burguês abastado ao caixeiro, de ambos os géneros. Na verdade, é a primeira vez que uma corrente estética se legitima através do público, isto é, do mercado, e não pela crítica académica. Camilo Castelo Branco, sem qualquer tipo de acanhamento, reconhece-o no prefácio da novela A Doida do Candal:
«O melhor romancista em Portugal, por enquanto, há-de ser o que tiver mil leitores que lhe comprem o livro e o aplaudam contra dez que o leiam de graça e o critiquem em folhetim de 10 tostões.»
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