terça-feira, agosto 30, 2005

Anúncio 26

O Jornal do Povo, 03 de Junho de 1851

Acham-se á venda na loja de Cruz Coutinho, collecções brochadas do 1.º trimestre do jornal litterário a Semana. Acham-se publicados nestas collecções interessantes artigos dos Srs. A. Herculano – A. F. de Castilho – A. Garrett – A. Viale – S. Tullio – Mendes Leal – Palmeirim – Latino Coelho – A. de Serpa – Rebello da Silva – Marquez de Nisa.
Preço por trimestre com figurinos não coloridos – 480, com figurinos coloridos – 600.Na mesma loja se assigna para este jornal. Por anno, 1800 – semestre 960 – trimestre 480 – com figurinos coloridos 2:200 – semestre 1:200 – trimestre 600.

Anúncio 25

O Defensor Diário, 27 de Abril de 1848

Publicou-se um pequeno opusculo com a seguinte epígrafe: - O que foram, o que são, e o que hão de ser as Notas do Banco de Lisboa, e um projecto para a sua amortisação – O author diz que pertence ao juste milieu. Vende-se em todos os livreiros a 40 rs.

domingo, agosto 28, 2005

Uma Família Inglesa

Neste post dava conta da incrível variedade de produtos importados pelas livrarias portuenses no século passado. Ao reler «Uma Família Inglesa» de Júlio Dinis, cuja narrativa se passa no ano de 1855, sou capaz de ter encontrado um dos clientes das «lojas de livros». Carlos devia passar uns tempos deliciosas a fazer compras Moré e na Livraria Franceza.

«A cena, de facto, escapa à mais esmiuçadora descrição.
Parecia que todos os objectos, ali contidos, haviam, durante a noite, entrado em dança fantástica, de tal sorte os surpreendera o dia, deslocados da sua natural situação.
As cadeiras, amontoadas em desordem no meio da sala, haviam usurpado as atribuições dos guarda-roupas; estes, abertos de par em par, patenteavam o interior desordenado e quase vazio, como após um saque de cidade conquistada.
Nas mesas, nos sofás, em voltaires, no chão, por toda a parte enfim, menos nos lugares competentes, via-se casacos, coletes, calças, mantas de diferentes cores e feitios. O pavimento achava-se literalmente alastrado de objectos de impossível enumeração; aqui, umas luvas, calçadas pela primeira vez na véspera e já postas de lado como inúteis; ali, alguns ramos de flores desfolhadas e murchas, cuja posse, procurada talvez com incansável insistência, trouxe depressa após si o abandono e o esquecimento; noutros pontos, charutos meio consumidos, os fragmentos de uma preciosa jarra de porcelana da Índia, um livro, que cometera o delito de não excitar a curiosidade, uma cadeira derrubada com o fardo que lhe pesou sobre o espaldar; cartas, colarinhos, retratos, lenços, chicotes. As esporas no lugar do relógio; este pousado na beira do mármore do fogão; sobre o leito um dominó de cetim; pendente à cabeceira, o jornal da véspera e um longo cachimbo com tubo de guta-percha; aos pés, o polvorinho de caça, o robe-de-chambre de damasco e o teliz da horsa favorita; no velador, um tinteiro de prata, transformado em cinzeiro de charutos; um chapéu pendurado na chave da porta; o candeeiro no chão, alguns livros e mapas geográficos quase debaixo da cama. Um abat-jour de cartão envernizado com figuras extravagentes, representando chins em posições todas elas chinesamente ridículas, servia de barrete ao busto de Shakespeare, cujo pescoço estava além disso diplomaticamente enfeitado com uma gravata de baile; defronte, Byron, coberto com chapéu de feltro de abas largas, o qual lhe pendia galhardamente sobre a orelha esquerda, parecia fitar com petulância o seu ilustre conterrâneo; no outro ângulo, era aquela figura séria e bondosa de sir Walter Scott, com não sei que ares de acanhado debaixo do barrete turco, que a guerra da Crimeia pusera então à moda; e finalmente um quarto busto ocultava, sob máscara de cetim preto, a expressão de candura e sofredora tristeza do cantor dos combates dos anjos e demónios, o sublime Milton.
Dir-se-ia que estes grandes personagens da literatura inglesa, obedecendo à voz do carnaval, haviam surgido da sepultura, para virem celebrar também entre si, com as suas cabeças pálidas, a mais estranha mascarada.
No meio de toda esta confusão, um enorme terra-nova, de ventas leoninas e corpulência de touro, languidamente recostado nas moles almofadas do sofá luxuoso, pousava as patas musculosas e peludas sobre um magnífico álbum de gravuras, com a mais absoluta irreverência pela preciosidade, que assim lhe servia de cabeceira e de estrado.
Imagine-se o resto.»

segunda-feira, agosto 22, 2005

Dois Apóstolos em Disputa (Pedro e Paulo?) (Rembrandt, 1628)

sábado, agosto 20, 2005

Anúncio 24

O Jornal do Povo, 08 de Julho de 1851

Moliére.
Drama histórico original portuguez, em 5 actos por ‘D. Antonio da Costa de Souza de Macedo.’ – Nitidamente impresso em optimo papel, na imprensa nacional. – Vende-se nos Caldeireiros, na loja de Cruz Coutinho, 360 rs.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Anúncio 23

O Lidador, 04 de Setembro de 1954

RETRATO DE D. PEDRO V, COPIADO fielmente do original, lithografado na officina do distincto artista o ill.mo sr. Lopes em Lisboa, onde transluz o esmero e primor d’arte, em bellisssimo papel cartão; é o mais exacto dos que teem visto a luz publica. Vende-se por 720 rs. em Lisboa na rua do Arsenal n.º24, e no Porto na livraria de Jacintho A. P. da Silva, rua das Hortas n.144