sábado, abril 09, 2005

Capitalismo e Cultura II

O folhetim contribuiu para popularizar certos novelistas e tornar conhecida a sua obra. Castilho, enquanto editor da Revista Universal Lisbonense, exorta os autores a publicarem na sua revista excertos das suas novelas ou até mesmo o texto integral porque tal lhes traria a publicidade de que necessitavam. No que não deixava de ter razão. O leitor certamente apreciará reencontrar sob a forma de livro aquilo que não conseguiu ler integralmente no jornal e o editor acaba sempre por lucrar com uma publicidade que nada lhe custou. Quanto à influência do folhetim sobre o desenvolvimento do género do romance, ele traz o elemento suspense que decorre da estratégia de manter a atenção do leitor de um número para outro, motivando-o desse modo a adquirir regularmente o jornal para poder seguir o folhetim, o que o transformaram num elemento-chave no sucesso de venda da imprensa periódica. É ainda de referir que as exigências de espaço e cativação do leitor levaram a que as cenas descritivas fossem preteridas a favor de cenas dinâmicas e de diálogo, o que contribuiu em muito para o apuramento da estética literária da novela romântica.